Demitiu os devs e se arrependeu: o lado B da revolução da IA que ninguém quer admitir

A tecnologia está em constante evolução, e a Inteligência Artificial (IA) tem sido a grande protagonista dessa transformação.

Claro que cada vez mais plataformas SaaS aparecem para resolver problemas!!!

Claro que a IA vai evoluir muito e facilitar ainda mais o nosso trabalho!!!!

Mas será que a IA realmente substitui os programadores agora? A resposta é um sonoro “não”. E eu explico por quê.

Eu acompanho o mercado digital há mais de duas décadas, e se tem algo que aprendi nesse tempo é que tecnologia não resolve tudo sozinha. A IA é uma ferramenta poderosa, sim, mas acreditar que ela pode substituir completamente as pessoas por trás do código é um erro típico de quem vive no topo do efeito Dunning-Kruger. Em outras palavras, achar que sabe muito sobre um assunto quando, na verdade, sabe pouco.

Aqui podemos ver o post da comemoração:

E aqui, uma semana depois, o post do arrependimento….

Afinal, por que a IA não substitui os programadores?

Estudos recentes deixam isso claro:

• Em 2024, o relatório “Future of Work in Tech” da McKinsey destacou que a IA é capaz de aumentar a produtividade de desenvolvedores em até 40%, mas sua eficácia depende de profissionais experientes para direcioná-la. A IA não toma decisões criativas, não resolve problemas ambíguos e, definitivamente, não entende o contexto de um projeto como um humano faria.
• Outro estudo da Stanford HAI revelou que, embora ferramentas de IA como o Copilot possam sugerir linhas de código, elas também geram erros em 27% das recomendações. Sem um desenvolvedor para revisar e corrigir, essas falhas podem se transformar em prejuízos significativos.

Programar não é apenas codificar!

O trabalho de um desenvolvedor vai muito além de escrever código. É sobre resolver problemas complexos, entender as nuances de um negócio, colaborar com equipes multidisciplinares e garantir que as soluções sejam escaláveis e seguras. Nenhuma IA no mundo tem esse nível de compreensão contextual.

A IA ainda é uma extensão das habilidades humanas

Ferramentas como o1, Cursor e Copilot são incríveis para acelerar tarefas repetitivas, mas sem a supervisão humana, elas são inúteis. O programador é quem dá o direcionamento estratégico e garante que o resultado final seja funcional, eficiente e alinhado aos objetivos do projeto.

Insights do mercado: a verdadeira função da IA

Empresas de tecnologia que estão à frente sabem que a IA não substitui talentos humanos – ela os potencializa. Veja o exemplo da Microsoft, que investe pesado em ferramentas como o Copilot, mas também em programas de capacitação para desenvolvedores. Eles entendem que a sinergia entre humano e máquina é o verdadeiro diferencial competitivo.

No entanto, histórias como a de Wes Winder mostram o perigo de subestimar o papel das pessoas. Quando ele anunciou no Twitter que havia substituído toda sua equipe por IA, parecia um visionário. Mas a realidade bateu à porta rapidamente, e ele se viu sem o suporte necessário para entregar projetos de qualidade. Resultado: um pedido desesperado por programadores, agora sob os olhares críticos de toda a comunidade.

Minha visão pessoal: o equilíbrio é o segredo

Trabalhando com empresas de diversos setores e tamanhos, percebo que a verdadeira maturidade digital está em encontrar o equilíbrio entre tecnologia e talento humano. A IA veio para ficar, mas como uma ferramenta que complementa, não que substitui. Quando vejo líderes ignorando esse equilíbrio, sinto que estão cavando sua própria cova no mercado.

Programadores não são apenas uma linha no orçamento – são os arquitetos do futuro digital. E o futuro não será dominado pela IA sozinha, mas por aqueles que souberem aliar o melhor da tecnologia com o potencial humano.

Portanto, antes de embarcar em uma “revolução” tecnológica, lembre-se: o diabo mora nos detalhes, e os detalhes você provavelmente não conhece. Valorize as pessoas que constroem as bases para a inovação. Porque, no fim das contas, a tecnologia é tão boa quanto as pessoas que a utilizam.